Lua Nova de outubro. No meu jardim, escuridão e calma. No zênite, Vénus brilhante, deusa amorosa do firmamento. Na minha lembraça, o luar sobre o mar do Caribe. No meu coração, você.
Nunca tive os olhos tão claros
e o sorriso em tanta loucura.
Sinto-me toda igual às árvores:
solitária, perfeita e pura.
Aqui estão meus olhos nas flores,
meus braços ao longo dos ramos:
e, no vago rumor das fontes,
uma voz de amor que sonhamos.
Cecília Meireles, “Retrato em Luar”

Foto da portada: “Igual às árvores”